quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Pra que acentuar? - Parte 1

Oi.

Vejo muitos comentários na internet onde as pessoas simplesmente digitam sem usar nada de acento. Será que elas não sabem quando usá-lo? Têm preguiça? Ou é desconfortável mesmo?

A gente sabe que a grande maioria dos produtos tecnológicos do nosso país são desenvolvidos por empresas estrangeiras, especialmente dos Estados Unidos ou alinhadas com esse mercado. Por o inglês praticamente não ter uso de acentos (chamados tecnicamente de diacríticos), as soluções para acentuação não têm sido das mais animadoras. Nos celulares, aqueles com o tecladinho que você tem que apertar 3 vezes pra ter a letra C, não consigo nem colocar um til ou um chapeuzinho. Até mesmo no iPhone, tão globalizado, você tem que segurar a letra por 1 segundo e arrastar até o acento desejado dentre umas 5 opções. Se tiver sorte, não precisará esperar outros 3 segundos por ter soltado antes de chegar no acento certo... Tudo isso enquanto alguém escrevendo em inglês já digitou umas 12 letras ou mais. A propósito, o blog Tap Tap Tap, de onde eu tirei essa imagem, contém 10 dicas interessantes de funções que talvez você nem saiba que o iPhone tinha.

No teclado do computador, a coisa é menos tensa, mas não menos estranha. Pra colocar acento, você tem que digitá-lo ANTES de digitar a letra em si. Você já viu alguém escrever à mão o acento antes da letra?? O mais natural é pensarmos primeiro na letra para depois pensar qual será o acento que deve ir sobre ela. Assim, muitos acabam desistindo de acentuar palavras, sendo prontamente tachados de ignorantes e preguiçosos. Por causa desse desconforto, alguns até nutrem uma antipatia pelos acentos.

Gostaria de expressar aqui que os acentos têm sua importância para os idiomas que os usam, mas até mesmo as marcas de produtos com público mais abrangente carecem da experiência diária de lidar com eles, para realmente ter noção de como elas é que estão ignorando a nossa dificuldade de acentuar com lógica e agilidade.

Agora, olhando de outro ângulo, nossos acentos são bem simples se comparados com marcas adicionais em outros escritos, como hebreu, hindi e as extensas combinações de traços do mandarim. Já parou pra imaginar os obstáculos tecnológicos que eles têm que atravessar pra digitar corretamente um texto? Nós poderíamos nos esforçar um pouquinho mais pra adicionar um mero tracinho, diante desse monumento tipográfico (talvez seria mais rápido pra eles, só que simplista demais, desenhar um bico e uma crista).

Poxa... Tem tanta coisa pra dizer sobre acentos que vou deixar pra continuar essa conversa em outro post.
Ate mais.

2 comentários:

  1. Discordo em relação aos acentos no teclado. Por ter escrito mais com teclado do que a mão (pelo que imagino), pra mim já é natural botar os acentos antes das letras e algo bem fácil de acostumar.

    Agora em relação aos celulares realmente é complicado. O antigo T9 ajudava e corretor de hoje em dia ajuda a evitar a digitação de acentos, mas ambos têm seus defeitos.

    ResponderExcluir
  2. Obrigado pela opinião. Entendo seu ponto de vista. Como você mencionou, por 'já é natural' eu entendo que um dia não foi natural: essa habilidade foi adquirida.

    Eu baixei um programinha de criar layouts de teclado e experimentei colocar acentos através da tecla ALTgr + [vogal] para criar [vogal com acento agudo]. Achei que ficou uma solução interessante, só que quando você vai salvar algum arquivo, isso não funciona...

    Embora muitas pessoas já tenham se acostumado a usar o teclado desse jeito, sempre é bom procurar novas soluções pra agilizar a digitação e a comunicação.

    ResponderExcluir